Vida, propriedade e liberdade.

Olá.

O objetivo deste curto trabalho é expor as razões pelas quais o Fraguismo se constituiu em religião.

Para iniciarmos a compreensão do tema eleito, nos parece razoável que busquemos a definição do vocábulo “religião”. Não é surpresa a ninguém que a palavra “religião”, embora seja corriqueiramente utilizada, tenha consenso bastante difícil em torno de seu significado – seguramente, por conta da natureza transcendental do que a religião aborda. Então, escolhemos analisar o Fraguismo sob o lume da expressão dicionarizada do termo.

Conforme consulta ao Dicionário Oxford Languages (o qual proporciona as definições de palavras adotadas pelo Google em Português Brasileiro) realizada nesta data, religião é: 1. crença na existência de um poder ou princípio superior, sobrenatural, do qual depende o destino do ser humano e ao qual se deve respeito e obediência; 2. postura intelectual e moral que resulta dessa crença.

Agora, para comparar com a definição, o nosso histórico fraguista.

Quando estávamos nas primeiras reuniões que levaram à institucionalização do Fraguismo, percebemos que aquilo que nos unia superava conceitos econômicos, políticos e jurídicos, e constituía realmente uma crença. Enquanto coletividade, acreditamos no Criador, sobrenatural, embora enxerguemos com absoluto respeito aqueles que não compartilham de nossa visão. Também acreditamos no Princípio da Não-Agressão (PNA) como norma fundamental a nortear as relações humanas. Desse poder (o Criador) e desse princípio (o PNA) acreditamos que dependam o destino do ser humano, e a eles devemos respeito e obediência.

Contudo, quando dizemos que “o destino do ser humano depende”, não enxergamos uma estática relação de causa e efeito entre o Criador e as criaturas, ou seja, nós. Ao contrário, não somos fatalistas. O que queremos dizer é que as dinâmicas da vida de quem respeita o PNA acontecem de forma mais natural, pois é dele que decorrem todos os direitos que norteiam o bom viver, como à Vida, à Propriedade e à Liberdade.

Acerca da segunda definição proposta (“postura intelectual e moral que resulta dessa crença”), está o nosso senso de comunidade.

Intelectualmente, nos reunimos regularmente, para, com alegria, compartilharmos nossas visões e os resultados de nossos esforços em prol da nossa comunidade. Discutimos os temas que nos são caros, como os nossos Princípios Fundamentais, e também formas de que nossa comunidade mantenha sua vivacidade e união. Para nosso contínuo aperfeiçoamento, estabelecemos o Curso de Formação Fraguista, que visa compartilhar com nossa comunidade o conhecimento do que nos levou a pensar como pensamos e a ser como somos.

Moralmente, retomamos o respeito pelo PNA sempre, como balizador das decisões mais corriqueiras e régua para os julgamentos mais difíceis. Como comunidade comprometida com o PNA, também nos apoiamos – estimulamos negócios entre nós e o nosso crescimento conjunto. Fielmente acreditamos que seja desejável apoiar iniciativas e dar oportunidades aos compromissados com o PNA, e é o que fazemos, e, quando nos mantemos unidos, somos mais fortes.

Ainda quanto aos nossos aspectos primeiros enquanto religião, é de se notar que nós não fazemos apologia ou culto a Daniel Fraga. Com efeito, da mesma forma que os luteranos não cultuam a Lutero e os calvinistas não cultuam a Calvino, e, também, os anglicanos não cultuam ao rei da Inglaterra, os fraguistas não cultuam a Fraga. O papel de Fraga na nossa instituição é de inspirador, de alguém que enxergamos como disseminador de conhecimento sobre o PNA. De fato, entre nós, não há e não é estimulada adesão cega a tudo a que Fraga prestou homenagem. Não há tentativa de convencer ninguém a adorar a Fraga. Ele nos serve como recordação de que o PNA existe e é possível viver por ele, mas é um ser humano como nós, com defeitos e qualidades, e, institucionalmente, é enxergado exatamente em tal condição.

Por serem nossos diálogos sempre bastante francos, o entendimento conjunto do que compartilhávamos nos levou a uma profunda reflexão, e entendemos éramos uma religião, e deveríamos nos organizar como tal – e o fizemos. Os caminhos da vida religiosa não são fáceis, mas temos superado os desafios que se apresentam, e crescemos no processo. Podemos dizer que, hoje, estamos melhor que ontem, e temos a firme convicção de que um futuro auspicioso nos aguarda.

Esperamos que as explanações tenham sido proveitosas.

Vida, propriedade e liberdade.

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